Em poucas palavras, a Cafe Racer é uma moto modificada para correr de um café para algum outro lugar predeterminado na Inglaterra dos anos de 1960. O local mais famoso frequentado pelos pilotos da época era o Cafe Ace, em Londres. Reza a lenda que os motociclistas partiam do café depois de selecionar uma determinada música no jukebox, e voltavam antes que ela tivesse terminado. Esse feito, muitas vezes, exigia alcançar 100mph, ou como se diz por lá, “achieve the ton”.
As características das motos desse estilo são os guidões baixos e o banco posicionado mais para trás, o que deixa o piloto ligeiramente agachado e inclinado para frente, de forma aerodinâmica. O objetivo é velocidade, então retirava-se tudo o que era possível da motocicleta, com o objetivo de deixá-la mais leve, o que conferia um visual mais limpo.
A história das Cafe Racers remonta a 1930, sendo que houve 3 principais fatores na história da Europa que levaram ao surgimento do movimento.
A primeira semente das Cafe Racers surgiu durante a reformulação após a Primeira Guerra Mundial. O aumento da oferta de motos e peças utilizadas na guerra fez com que os preços ficassem mais acessíveis e possibilitou aos motociclistas a personalização das suas motos, retirando as partes desnecessárias para torná-las mais rápidas.
Assim, o início da personalização e do amor por corridas foi o pontapé na história das Cafe Racers.
Como acontece com todo movimento cultural, no início dos anos 1960, durante a ascensão do Rock n’Roll, o estilo característico da cena Cafe Racer começou a tomar forma. Buscando definições alternativas do que era ser “cool”, houve uma erupção de estilos e novos tipos de motocicletas. Em suas jaquetas de couro, entusiasmados com o crescimento da cena e com a rebeldia associada ao movimento, os jovens passaram a se reunir e competir em frente aos cafés de beira de estrada.
Os restaurantes de beira de estrada — chamados de cafés na Europa — cresceram em número e importância, na medida em que as estradas europeias eram construídas e reformadas após a Segunda Guerra. Esses locais ofereciam as condições ideias para que os entusiastas se reunissem para desafiarem uns aos outros. Assim, os pilotos saíam de um café e disputavam corridas até chegarem a outro.
Cafe Racer, ou “pilotos de café”, em inglês, foi um termo usado originalmente como um insulto, tentando diminuir os jovens pilotos ao status de pilotos não reais, ou seja, que apenas andavam ao redor dos estabelecimentos.
Como a maioria desses jovens aceitava o termo como um elogio, aumentando cada vez mais o nível de desafio das corridas, o termo passou a ser usado para se referir aos pilotos reais e a entusiastas.
Esse gênero produziu um dos movimentos mais influentes que o mundo das motos já viu. Uma vez que as customizações e o design eram feitos por pessoas comuns, desvinculadas de marcas e fábricas, a inspiração para as motos esportivas modernas pode ter encontrado o seu começo na história das motos Cafe Racers.
Ainda hoje, vários entusiastas customizam suas Cafe Racers a partir de motos atuais, o que levou a indústria a oferecer, no mercado, modelos que resgatam o estilo Cafe Racer, porém com muita tecnologia. Alguns exemplos atuais são a Triumph Truxton, a Moto Guzzi V7 Racer, a BMW R-Nine, Yamaha XSR900 e até mesmo a Harley-Davidson Roadster.
Hoje, as motos com estilo Cafe Racer não podem mais ser vistas nas pistas, devido, principalmente, às limitações aerodinâmicas inerentes a elas. Mas é inegável que seu legado, tanto estético quanto cultural, permanecerá na história do motociclismo.
Se você curtiu a história da moto cafe racer, e gostaria de informações mais detalhadas e uma tonelada de fotografias legais, eu recomendo os livros abaixo:
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Amigo Lucas !Parabéns pela impecável matéria .Trabalhou muito para juntar todas as informações e fotos.Bacana mais bacana mesmo .
Obrigado, Eric. Abração e feliz 2021!
Muito boa a matéria! Apenas esqueceu de dar créditos as marcas Royal Enfield e Indiana. Mas lindíssima matéria. Faço parte do movimento. Norival Capassi, Curitiba- Pr