A tradicional cervejinha é uma paixão nacional. Ela é bem-vinda em diversas situações: seja no happy hour depois de um dia cansativo ou no final de semana, acompanhando um bom churrasco. Uma categoria específica de cervejas, a cerveja de alta fermentação, tem gosto e aroma bastante peculiares. Será que você conhece todos os tipos da bebida mais querida do país?
Continue lendo o post para entender mais sobre cerveja de alta fermentação!
O processo de fermentação é uma etapa decisiva para a produção cervejeira, visto que há uma enorme interferência desse processo sobre o resultado final.
Em termos resumidos, ele consiste na transformação dos açúcares fermentáveis do mosto em álcool e CO2, por meio das leveduras. A partir disso, são originados os sabores e aromas, além das alterações no pH do líquido.
O que determina as características finais da cerveja são o tempo e a temperatura aplicados durante o procedimento. O tipo de levedura utilizado também é um fator importante, assim como a densidade do mosto. No fim do preparo, os lêvedos decantam no fundo do tanque e são retirados do líquido final.
Dadas as explicações iniciais, veja mais sobre as fermentações.
As cervejas deste tipo são fermentadas entre 18ºC e 24ºC e levam um período entre 3 e 7 dias paras ficarem prontas por meio da ação do fungo Saccharomyces cerevisiae. Geralmente originam uma cerveja com teor alcoólico maior, mas isto não é uma regra.
Seus aromas tendem a ser mais complexos, próximos do frutado. A coloração costumeiramente é mais escura e elas também são chamadas pelo nome de Ale. Os estilos mais populares são: Pale Ale, Weizenbier, Altbier, Porter, Dubel e Kölsch.
A cerveja de baixa fermentação recebe esse nome devido a temperatura em que é fermentada, que normalmente varia de 4ºC a 12ºC. Neste tipo, o fermento fica uniformemente distribuído no líquido. O aroma e o sabor são neutros, podendo ocultar ou realçar as outras matérias-primas.
Esse tipo também é conhecida como Lager. As subcategorias mais famosas são: Pilsen, Bock, Rauchbier, Helles e Dunkel. Ela demora de 7 a 10 dias para ficar pronta e a espécie de lêvedo utilizada é o Saccharomyces carlsbergensis.
A fermentação espontânea é o mais tradicional e antigo método. A ideia é deixar o malte exposto, para que a “contaminação” dos fungos aconteça de maneira selvagem. Depois disso, a cerveja passa anos armazenada em um barril de carvalho. Sendo assim, não há inserção manual dos lêvedos ou controle da temperatura. Atualmente, é visto em raríssimos tipos, como Kriek, Faro, Gueuze e Lambic.
Os micro-organismos são manipulados pelo mestre cervejeiro, mas ele também deixa a natureza agir espontaneamente. Basicamente, esse método é uma mistura entre as fermentações alta e espontânea.
Há muitas variações de estilos entre as cervejas de alta fermentação. Listamos, abaixo, as características presentes em algumas delas. Assim, será possível conhecer seus traços mais marcantes e entender as propostas de cada uma delas.
A Pale Ale, na verdade, é subdividida de acordo com a nação da qual é proveniente. Embora tenha despontado na Inglaterra, ela atualmente tem versões em vários locais do mundo.
A cor, em geral, vai do dourado ao âmbar ou cobre profundo. O aroma é terroso e maltado, aproximando-se do caramelo. É fácil de beber, já que não possui um alto teor de álcool em sua composição.
Coloração entre o âmbar e o dourado. Corpo médio, assim como seu amargor. O gosto lembra uma massa levemente tostada.
Curiosamente, ela tem subdivisões próprias. Também é reconhecida pela famosa sigla IPA (Indian Pale Ale). Os aromas variam entre o cítrico e o amargo, sendo que o colarinho surge como um componente de destaque. Por reunirem tais características, são geralmente indicadas para acompanhar pratos gordurosos.
Originada na Alemanha, ela é composta de trigo. Seu nome pode ser literalmente traduzido como “cerveja branca”. Ela é muito refrescante. Sua reunião de aromas, que contém cravo, se assemelha ao sabor do banana e, por isso, tem um gosto frutado.
A cor fica entre o amarelo e o dourado. Apesar possuir uma espuma grossa, o corpo é bastante leve. Existem duas modalidades típicas: não-filtrada (Hefe-Weizenbier) e filtrada (Kristalweizen).
É uma cerveja bastante escura, feita de malte torrado. O aroma é forte, próximo do perfume presente no chocolate e no café. Por consequência, é muito encorpada e repleta de amargor. Harmoniza perfeitamente com sobremesas feitas à base de cacau.
Como seu próprio título já sugere, ela é feita para aqueles que adoram o gosto amargo. A coloração está entre o cobre e o vermelho, o que combina bastante com seu aroma floral de alta intensidade. Foi criada no Reino Unido durante a Revolução Industrial, o que fez com que ela se tornasse uma modalidade tradicional.
É o estilo padrão do gênero, cuja composição aromática é notadamente frutada. A canela e as frutas vermelhas, comumente usadas nas receitas de Ale, geram um sabor adocicado. Sua harmonização se dá melhor com frutos do mar e queijos fortes.
É uma categoria submetida a um processo de fermentação tripla, que lhe garante traços únicos. Sofisticada, ela tem um corpo denso e textura licorosa. O aroma é bastante exótico e remete à avelã e às frutas em geral. Outra característica marcante é o seu alto teor alcoólico.
Com corpo médio e espuma firme, as Altbier são marcadas pelo amargor. O malte o lúpulo são bem presentes e deixam um gosto seco na boca. As notas aromáticas são intensas, lembrando massas tostadas. Os sabores variam consideravelmente: podem ir do floral ao apimentado, com um tom mineral no fim.
Refrescante e suave, a cor clara é a marca de uma Kölsch, tradicional estilo desenvolvido na região de Colônia, na Alemanha, durante o século XIV.
Uma cerveja de alta fermentação é muito mais do que um sabor diferente: ela conta a história da tradição cervejeira. Quem se interessa por conhecer a bebida mais a fundo, encontra um mundo de possibilidades que vale explorar nas Ales.