Tóquio é uma cidade de contrastes. Santuários antigos ao lado de movimentados shopping centers. Árvores de cerejeira crescem à frente de outdoors reluzentes. Becos estreitos com pequenos restaurantes se escondem embaixo de viadutos e arranha-céus.
Com o itinerário de sete dias em Tóquio, conheci destaques e jóias escondidas da cidade. Pode parecer muito tempo, mas a metrópole tem muito a oferecer. De patrimônios mundiais da UNESCO a parques e arcades, não falta nada nesta cidade.
Acordamos cedo para visitar um cartão postal da cidade, continuando a lógica do primeiro e segundo dia. Dessa vez o escolhido foi o Palácio Imperial de Tóquio. A tarde, a programação foi uma volta por Ebisu, Nakameguro e Dainakayama.
Chegamos antes do Palácio abrir e resolvemos aguardar no parque Hibiya, outro ótimo lugar para relaxar em Tóquio. Foi o primeiro parque público de estilo ocidental do Japão e ocupa dezesseis hectares de terra perto do Palácio Imperial, ao lado das estações de Yurakucho e Hibiya.
Os principais cartões de visita do parque são os jardins de estilo ocidental. Um deles tem rosas e o outro tulipas e, quando estão florescendo, muitas pessoas vêm vê-los. A avenida próxima ao parque estava cercada de árvores ginkgo amarelinhas.
Seguimos caminhando para o destino da manhã, o Palácio Imperial do Japão no centro de Tóquio.
Quando os shoguns governaram o Japão, a sede do poder era o castelo Edo. Eles já se foram há muito tempo, mas o castelo permanece e agora é conhecido como o Palácio Imperial, pois é o lar do imperador do Japão.
O complexo é gigante e tem tudo o que um fotógrafo amador que gosta de Tóquio poder querer: fossos, flores de cerejeira (na primavera), várias fortalezas, paredes enormes, pontes e uma impressionante paisagem da cidade ao redor. Além disso, o contraste entre o castelo e moderna região de Marunouchi impressiona.
O parque do Palácio é gigante e repleto de jardins, dois deles abertos ao público e lindos de visitar. A visita aos jardins externos do palácio imperial começa com um exército de pinheiros cultivados com a técnica Bonsai. Ao lado desse enorme canteiro de bonsais, há dois lagos repletos de Cisnes.
Continuando a caminhada, chegamos até o cercado que delimita a área fechada ao público. Aqui eu comprimentei pela segunda vez a pontinha do Palácio atrás da ponte Nijubashi. A galante ponte de pedra com o Fushimi-yagura ao fundo é um local perfeitamente fotogênico.
O jardim ao leste abriga um bosque maravilhoso e ruínas de uma torre que foi completada em 1638 e durou poucos anos. Em 1657, foi destruída por uma grande queimada que destruiu Tóquio e o pedaço que restou, hoje faz parte do jardim
Não tem muitos pontos turísticos específicos neste East Gardens, mas o passeio é uma maneira relaxante de escapar do concreto de Tóquio. Passear dá uma noção da escala do Palácio Imperial e das áreas circundantes.
Todos os anos, o Palácio Imperial abre o portão Sakashita e permite que o público caminhe pela Inui-dori (rua Inui) para apreciar as folhas de outono. Eu tive a sorte de acontecer bem no dia que visitamos!
Pensamos e porque não? E juntamo-nos às pessoas que aguardavam ordens para rumar ao palácio. Entramos pelo portão e seguimos a multidão, formada principalmente de pessoas de meia-idade e mais velhas.
Tirei fotos e apreciei as árvores ao longo da rota de 750 metros, apressado por policiais que apressam a todos pedindo para tirarmos apenas uma foto e seguir adiante. Desfrutei bastante do passeio, que não fiz quando visitei o Japão em 2014.
Ao sair do Palácio, andamos um pouco por Ginza em direção a estação. Ginza! Um dos lugares mais caros do mundo, Muitas luzes de neon, pessoas elegantes e vitrines incríveis de lojas de luxo. Passamos rapidamente pois nosso destino para almoçar estava próximo da estação de Ebisu.
A principal atração é o Yebisu Garden Place. Fica apenas a cinco minutos a pé da estação e foi construído na antiga sede cervejaria Yebisu. A ortografia é intencionalmente arcaica, assim como a estação. Infelizmente, acho que apaguei as fotos pois não encontrei nem no celular e nem na câmera.
Há muito para ver próximo ao Garden Place. Para os amantes da cerveja, tem o Museu da Cerveja Yebisu. Os viciados em compras gostam da loja de departamento Mitsukoshi. Para interessadas pelas artes, o Museu Metropolitano de Fotografia de Tóquio. E para quem procura refeições requintadas, o restaurante Michelin de três estrelas, Taillevent Robuchon. Garden Place é um ótimo lugar para um dia ou noite!
O resto de Ebisu é típico das estações ao redor da linha Yamanote. Atrás da área principal existem muitos becos pequenos, cheios de bares, clubes, restaurantes e izakayas. É realmente uma ótima área, o tipo de Tóquio que eu amo.
Tudo é apertado e fechado, no entanto, quanto mais você se afasta da estação, mais residencial ela fica, com muitos prédios comerciais e residenciais de ótima aparência à espera de serem encontrados e fotografados!
Almoçamos em um restaurante chamado Day & Night Café, que eu resolvi visitar quando vi fotos do lettering em uma edição da revista Clutch.
O lugar fica em baixo de uma ponte. Aqui no Brasil, isso não é lugar para ficar, mas espaço no Japão é assunto sério e algo que deve ser aproveitado. Becos, ruelas e até mesmo espaços em baixo de viadutos são aproveitados por lojas e restaurantes. É legal ver essa relação estabelecida com o espaço comum a todos.
Foi a primeira vez que comemos pão por aqui. Pedimos sanduíches de pastrami, que vieram com batatas por cerca de R$ 40, o que achei muito justo.
O que eu descobri sobre Tóquio nas minhas duas visitas, é que a cidade tem fama de cara, mas você sempre pode encontrar boa comida a um preço razoável. E hoje não foi diferente, completamente agradável!
O principal motivo de termos seguido para Ebisu foi visitar as três lojas da Kapital que ficam no bairro. Eu escrevi um pouco sobre elas aqui no blog em 2014, quando fui ao Japão pela primeira vez (as fotos não estão lá grandes coisas).
O que começou como um projeto dedicado à fabricação de reproduções meticulosas de jeans americano agora é uma marca pioneira na moda japonesa contemporânea.
A Kapital ocupa um lugar entre o tradicional e a vanguarda japonesa, com uma coleção de idéias que compõem um desdém geral em relação ao status quo. A Nati acha tudo bem estranho e não consegue entender como fazem tanto sucesso, mas eu gosto!
Antes de se tornar a esquisitice que é hoje, a Kapital era uma pequena operação dedicada à reprodução de jeans americano. Atualmente, ela tem 17 lojas físicas no Japão, cada uma com um conceito único inspirado pela região em que foi construída.
São três lojas Kapital em Ebisu, e o design do interiores é tão estranho quanto suas mercadorias. A maioria das roupas fica pendurada no teto, embora haja algumas prateleiras surradas e superfícies horizontais pelas quais os itens estão espalhados.
As roupas que vendem são novas, mas parecem ter sido usadas anteriormente, talvez por alguém que foi baleado ou esfaqueado e depois jogado de um barranco.
A maioria das roupas pré-envelhecidas parecem obviamente falsas, mas não as da Kapial. Não sei como eles conseguem!
Acho que o pessoal das lojas se divertiu tanto quanto eu!
Seguimos nosso passeio com uma agradável caminhada ao longo do rio Meguro, rumo a região de Nakameguro e Daikanayama.
Daikanyama e Nakameguro são dois dos bairros mais elegantes de Tóquio. Apesar de estarem a poucos passos de Shibuya, o ritmo é muito diferente, mais sofisticado.
O rio em Nakameguro em si não é grandes coisas, mas as ruas arborizadas de ambos os lados criam um ponto muito popular para admirar flores de cerejeira na primavera.
Além da vegetação, o passeio é pontilhado por butiques e restaurantes chiques que populam as ruas ao redor.
Em Nakameguro, você pode encontrar boa comida e paz e sossego. Como é típico em Tóquio, a tradição encontra o ultramoderno neste bairro. Nas ruas secundárias, você encontra uma arquitetura elegante e templos históricos.
A área é um tesouro quando se trata de cafés, restaurantes e pequenos bares acolhedores. Nós acabamos escolhendo parar em um deles para tomar um café.
Onibus fica no lado sonolento de Nakameguro. O nome é inspirado pelo transporte público portugues.
Os bancos e a vegetação do lado de fora criam um lugar confortável para sentar e assistir o café passando pelo V60 ou torrado na Diedrich que eles tem dentro do stand.
Quando vi a casinha branca de longe, sabia que ia amar este lugar. Fica a apenas alguns minutos a pé da estação Naka-Meguro e parece mais uma cabana de café em uma ilha do que uma parada no de Tóquio.
A área que separa Nakameguro de Shibuya é a extremamente descolada Daikanyama. É uma caminhada fácil cheia de lojas legais, livrarias e cães bem vestidos, tudo muito sofisticado.
Nós visitamos algumas lojas enquanto caminhávamos pela região.
A Seilin & Co., empresa por trás da Blue Blue Japan, tem várias marcas sob seu guarda-chuva.
Nossa primeira parada foi no Hollywood Ranch Market. A HRM abriu em 1972, e naquela época eles vendiam coisas como camisas western e incenso. A loja tem um ar de loja de bugigangas na Califórnia. É um espaço muito casual com roupas bonitas e fáceis de usar.
Mas para mim, o lugar é a Okura, e a marca a Blue Blue Japan. A loja é decorada no estilo de uma antiga “okura”, toda de madeira escura. É uma loja adorável e as roupas são lindas.
O foco da Blue Blue Japan é mostrar a herança e as técnicas japonesas, mas você notará que isso se traduz principalmente no azul. Sim, o Blue Blue Japan faz jus ao seu nome: a estrela do show são corantes índigo, ambos sintéticos (índigo-zome) e tudo natural (aizome).
Casacos, camisas, calças, bandanas e muito mais são feitos em tons gloriosos de índigo – o interior de Okura praticamente brilha com a luz azul.
Além dos produtos indigo, destacam-se os tecidos sashiko, pelos quais a Blue Blue Japan é conhecida, assim como as roupas de patchwork boro. Mas, independentemente do tecido, o aspecto da roupa que eu mais gosto é a sua simpatia.
Elas tem um capricho inato que as famosas marcas de reprodução do Japão geralmente não têm, devido em parte às opções de tecidos da Blue Blue Japan, que geralmente são folgadas e fáceis de usar. Há uma facilidade embutida nos cortes das roupas, o que significa que até as peças mais pesadas são leves. Nada é levado muito a sério e tudo é apresentado com a sua diversão em mente.
Da Blue Blue, seguimos caminhando até a famosa Daikanyama T-Site, uma livraria em um complexo de edifícios neo-modernistas.
É uma Disneylândia para os amantes de livros e revistas. A loja é uma obra-prima. Uma fachada de treliça cobre enormes janelas de vidro do chão ao teto, permitindo que a luz do sol inunde a loja. A loja tem tudo o que se possa imaginar, inclusive um arquivo histórico de edições passadas de várias revistas famosas.
Eu sei que é muita cafeína par um dia, mas as pernas estavam muito cansadas e por isso resolvemos entrar na Saturdays. Esta loja de NY tem algumas filiais pelo mundo e também funciona como uma cafeteria.
Eles são especializados em roupas e pranchas de surf, mas também funcionam como cafeteria. A loja é bem legal de visitar. O piso é feito de madeira branqueada e tem um terraço com a vista de tóquio para tomar um café e relaxar.
Daqui, fomos para a penúltima parada do dia, uma loja que eu venho acompanhando online e estava doido para visitar.
Eu curto bastante essa marca. Com exceção de algumas peças mais elaboradas, tudo é tão… vestível. No entanto, tem personalidade.
É o tipo de roupa que funciona para alguém que gosta de Kapital, Engineered Garments, Post Overalls, Margaret Howell e S.E.H Kelly, mas trabalha em um escritório onde é mais influenciado por Drake’s e Ralph Lauren.
A inspiração é claramente o workwear e militarismo, mas assim como a Blue Blue Japan, as silhuetas e a escolha de tecidos são mais simpáticas. A Phigvel não tem aquela brutalidade e rigidez das marcas desse nicho.
As peças menos “fáceis de vestir” também são muito legais, e elas podem dar um algo a mais para em um look que já estiver bastante comprometido com a estética workwear japonesa. É uma escolha muito legal para quem gosta do visual mas não está interessado em fazer cosplay de trabalhador.
E o que falar do espaço em si?
Maravilhoso. Só móveis antigos, com muita madeira, aço e verde!
E da Phigvels, fizemos uma virada de 180 para visitar omelhor lugar para comprar lanches japoneses, lembrancinhas, maquiagem e basicamente qualquer coisa com o melhor preço do Japão.
Quando falamos de lojas no Japão, principalmente que vendem eletrônicos entre outros produtos, logo vem a imagem de instalações modernas.
Don Quijote é totalmente o contrário. É o caos do varejo. A Nati, que visitava a loja pela primeira vez, até se assustou com as mercadorias amontoadas, com música alta tocando, cartazes imensos e caixas empilhadas. Andamos pela loja inteira e ela foi encontrando mercadorias que nem pensava….
Eletrodomésticos, equipamento de áudio, equipamento visual, produtos eletrônicos, artigos de papelaria, material de carpintaria, produtos farmacêuticos, material de jardinagem, alimentos processados, bebidas, doces, jóias, relógios, roupas, óculos de sol, equipamentos esportivos, bicicletas, ferramentas, hardware, material de construção, equipamentos domésticos, fantasias, jardinagem, brinquedos, produtos de uso diário, produtos de limpeza, etc.
Deixamos como a última parada do dia por causa do horário de funcionamento. Normalmente as lojas comerciais no Japão encerram o expediente entre 21 e 22 horas, mas algumas Donkis ficam abertas 24 horas por dia.
Assim terminamos o terceiro dia em Tóquio, há quase um ano atrás.
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caramba tenho muita vontade de conhecer o japão e vendo essas fotos e seu relato, mais vontade ainda kkk uma dúvida, se vê animais nas ruas ai? aposto que não ne??