Um dos maiores nomes do cinema é o ator norte-americano, Paul Newman. Se estivesse vivo hoje, estaria completando 93 anos. O ator – com uma carreira de papéis marcantes em clássicos do cinema como “Butch Cassidy” e “Desafio à Corrupção”, entre muitos outros – deixou um legado que se estende muito além de seus filmes: uma lição de simplicidade, humildade e discrição, que Newman adotava em sua carreira e na vida pessoal. Seu estilo também é uma referência atemporal, com uma elegância natural que faz falta nos dias de hoje.
Consagrado como um dos maiores atores do século passado, Paul Newman é um ícone masculino digno de nossa admiração. Entenda o motivo e aproveite a dica de filmes para assistir, ao final do post!
Para conhecê-lo melhor, um pouco de sua história: Paul Newman nasceu em Cleveland, em 1925, onde, logo após se formar na Shaker Heights High School, juntou-se ao programa da Marinha na Universidade de Yale para se tornar piloto. Daltônico, foi impedido de continuar no programa, mas se classificou para ser um radiador e artilheiro de torpedos.
Na carreira militar, foi enviado em 1944 para Barber’s Point, onde fez parte de um esquadrões de bombardeiros e foi designado para a torre de artilharia em um porta avião. Ele foi liberado em 1946, com a medatalha de campanha das forças aéreas americanas, medalha de boa conduta e de vitória na segunda guerra mundial entre as suas honras militares.
Após servir na Segunda Guerra, Newman deixou os militares e utilizou a GI Bill para ingressar na universidade Kenyon College, em Ohio. Newman se dedicou à várias atividades extracurriculares, e apesar de não parecer tão interessado nos estudos, se formou em Drame e Economia. Trabamlhou por um tempo nos negócios da família, e depois na bolsa de valores, até que ingressar a Yale School of Drama e se mudar para Nova York, onde deu início aos estudos para se tornar um ator.
A carreira de Newman começou com pequenas atuações na Broadway e na televisão. Logo em seguida, chamou a atenção de Hollywood e conseguiu seu primeiro papel em filme “The Silver Chalice”, de 1954. O detalhe é que ele considerou sua atuação muito ruim, e publicou um anúncio no jornal pedindo desculpas a quem assistiu.
A partir de seu filme seguinte, “Marcado pela Sarjeta” (1956), na qual interpretava o personagem Rocky Graziano, a críttica passou a elogiar a atuação marcante de Newman. Sucederam-se muito outros filmes de sucesso com atuações melhores ainda. Tanto que, em 1986, Paul Newman recebeu o Oscar Honário pelo conjunto de sua obra até então, que já incluía clássicos como “Gata em Teto de Zinco Quente”, “Desafio à Corrupção” e “Butch Cassidy”.
Com o passar do tempo, Newman passou a preferir papéis menores e mais adequados à sua idade (ainda excelentes, entretanto). Ao invés de perseguir eternamente a juventude perdida, ele passou a se dedicar a outros projetos. Em 1993, fundou a “Newman’s Own”, uma empresa de molhos e condimentos cujo 100% do lucro era (e ainda é, mesmo após a morte de seu fundador) revertido para obras de caridade.
Fundou também, em 1988, a instituição beneficente Hole in the Wall Gang, que atende crianças com necessidades especiais. Atualmente, a rede cuida de 13 mil crianças por ano, totalmente de graça. Sua enorme fama e fortuna jamais impediu que Paul Newman se esquecesse de ajudar as pessoas menos afortunadas, sempre sem muito alarde ou grandes promoções para divulgar as ações.
Quem vê a cara de bom moço de Paul Newman deve imaginar se ele realmente o era na vida real assim como na tela, onde quase sempre interpretava personagens de coração nobre e honrados. Ele era, não duvide. Segundos biografias e relatos de pessoas que o conheciam e viveram com ele, Newman realmente era um homem de respeito, do tipo amigo leal que todo mundo gostaria de ter.
Prova disso é a recente revelação de sua colega de trabalho no filme “Fugindo do passado” (1998), Susan Sarandon, que contou que o ator teria dado parte de seu cachê a ela quando descobriu que a atriz receberia menos que ele e os outros atores pelo seu trabalho no filme.
Com uma fama tão grande quanto a sua, é de se imaginar que Paul Newman tenha sido um grande conquistador. Porém, nada mais longe da realidade. Newman foi casado durante 50 anos com a também atriz Joanne Woodward, a quem conheceu quando ainda estudavam para se tornarem grandes atores. Conhecido como um dos relacionamentos mais duradouros de Hollywood – algo raro ainda hoje -, o casamento entre os dois terminou somente com a morte do ator, em 2008.
Assim como Steve McQueen, de quem era muito amigo, Paul Newman também tinha como paixão a velocidade do automobilismo e as emoções de uma pista de corrida. Newman frequentou a escola de pilotagem Watkins Glen e foi extremamente bem sucedido como piloto. Conquistou nada menos títulos do SCCA durante a década de 70, e disputou corridas desafiadoras como as 24 Horas de Le Mans, chegando em segundo lugar geral com um Porsche 935.
Ainda nos anos 1970, fundou a Newman Freeman Racing, sua primeira equipe de corridas. Anos depois, em 1983, criou a equipe a Newman/Haas Racing e faturou quatro títulos com os pilotos Mario Andretti, Michael Andretti, Nigel Mansell e Cristiano da Matta. Em 1995, aos 70 anos de idade, venceu as 24 Horas de Daytona e tornou-se o piloto mais velho a vencer uma corrida profissional.Em 2006, aos 81 anos, Newman alinhou no grid pela última vez nas 24 Horas de Daytona daquele ano, menos de dois anos antes de sua morte.
Paul Newman foi um dos maiores sex symbols de sua geração e parte desse sucesso todo se deve a seu estilo impecável, ainda que simples. Ao contrário de seu contemporâneo Cary Grant, cujo estilo se devia muito aos ternos clássicos que vestia o tempo todo, Newman sempre foi mais discreto e humilde, tanto na vida pessoal quanto na forma de se vestir.
É interessante como reconhecia o mundo do glamour em que vivia, mas mesmo assim manteve uma enorme privacidade durante toda a sua vida. Foi generoso, sem alarde, e um pilar de integridade. Tinha um sério compromisso com a família e a justiça social.
Basta ver a sequência de fotos do ator compartilhada nesse post para perceber sua preferência por peças mais casuais e leves, como calças que terminam acima dos tornozelos ou com as barras dobradas, camisas xadrez, camisas de flanela, cardigãs, jaquetas bomber e parkas militares. Nos pés, sapatos tipo loafer e tênis eram presença constante.
Newman é realmente um dos meus atores favoritos. Gosto de seus filmes, sempre excelentes, e o seu carisma é enorme. O ator acumula mais de 80 filmes, e eu tentei listar os meus favoritos aí em baixo! Se você quiser um top 3: Desafio à Corrupção, Rebeldia Indomável e Butch Cassity.
É o melhor filmes sobre sinuca da história, e a produção que consagraria Paul Newman, rendendo-lhe uma segunda indicação ao Oscar (após “Gata em Teto de Zinco Quente”).
Lançado em 1961, é mais do que um grande filme, é uma lenda. Esse é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. É um filme sobre o mundo do bilhar, fotografia em magnífico preto-e-branco – tomadas feitas nas ruas, não em rua reproduzida dentro de estúdio. The Hustler é um filme sobre princípios, valores morais e a postura das pessoas diante da vida, da sociedade.
Sucesso de crítica e público, nove indicações ao Oscar, duas vitórias, The Hustler ajudou a consolidar Paul Newman como grande astro. O grande Martin Scorsese criou uma continuação, A Cor do Dinheiro, vinte e cinco anos depois, mas o original ainda é disparadamente melhor.
Numa cena, aposta com o colega qual dos dois conseguiria engolir o maior número de ovos cozidos. A tensão dramática em uma cena que poderia ter sido boba é tão impressionante quanto a luta de boxe no pátio da prisão. Às vezes, um homem entra em uma luta com nada além de sua força de vontade. O momento em que aquele sujeito de olhos azuis se recusa a cair é um dos melhores momentos do cinema. Quanto ao visual, esse filme tem camisa de cambraia pra nenhum fã de workwear botar defeito.
Trilha sonora incrível, fotografia linda, suspense contínuo, bom humor, romance e a lealdade entre dois amigos. O filme conta a história de dois famosos assaltantes do velho oeste. Um deles é Butch Cassidy (Paul Newman), o cérebro. O outro é o Sundance Kid (Robert Redford), gatilho mais rápido.
Esse filme tem um pé no mundo dos westerns tradicionais e o outro no mundo divertido de uma nova Hollywood inspirada pelo cinema francês New Wave. Os protagonistas em plena juventude exuberante, num longa filmado com nostalgia por maneiras de fazer filmes e métodos de ver o passado que estavam de saída.
É um filme perfeito em sua mistura de ação, drama e humor, e Redford e Newman nunca estiveram melhores. Os dois são impressionante nesse filme, formidáveis como uma das duplas de bandidos foras-da-lei mais carismáticas do cinema.
O guarda-roupa também é perfeito, principalmente quando a dupla aparece limpa, vestida em ternos, botas e chapéu estilo Bowler. A cena mais famosa é a linda passagem que Newman passeia de bicicleta com a personagem Etta, interpretada por Katherine Ross, ao som de “Raindrops keep falling on my head”, uma das mais belas e bem compostas canções para o cinema de todos os tempos.
Gostou? Recomendo novamente assistir aos filmes The Hustler, Cool Hand Luke e Butch Cassidy & The Sundance Kid. Você não vai se arrepender.
Não esqueça de curtir e compartilhar. Confira mais alguns ícones de estilo masculino e assine a newsletter para receber as novidades do blog!