A técnica de encobrir ou disfarçar um objeto, com mantas feitas de pele de animal e o uso de arbustos vem sido utilizada desde a pré-história, mas a utilização da camuflagem nos campos de batalha é um fenômeno relativamente recente. Conheça a história da arte da invisibilidade.
Até o século 19 era comum que os soldados usassem as cores que representassem o país, como o vermelho e o azul. Essas cores chamativas também eram utilizadas sob a alegação de que faziam uma pressão moral sobre o inimigo e eram úteis na hora de identificar os soldados aliados durante as lutas.
Acontece que, com o desenvolvimento das armas de fogo — especialmente após o surgimento dos rifles de longo alcance —, não era mais necessária uma grande aproximação do inimigo e os uniformes coloridos facilitavam a identificação do alvo.
Nesse período, a ideia de camuflagem era a de utilizar as cores verde-escura (Rifle Green ou verde fuzileiro). Os soldados ingleses, os primeiros a utilizavar esse tipo de camuflagem eram chamados de Jaquetas Verdes. Outra cor utilizada na camuflagem era o cinza, que permitia um bom disfarce em meio às fumaças do campo de batalha e diminuía a silhueta do soldado, confundindo os atiradores.
Aos poucos a indústria bélica começou a criar outras técnicas de camuflagem adequadas às diferentes situações. O uso do caqui para vestimentas militares, por exemplo, foi desenvolvido na Índia, o inventor foi o tenente (posteriormente, tenente-general Sir Harry) Lumsden, que vestiu seus homens com roupas de estilo nativo, em vez de adotar o vestido semi-europeu, para melhor lidar com os conflitos na fronteira.
Uniformes brancos tingidos de cor de poeira foram então usados pelas unidades britânicas. Durante a Guerra dos Boêres, em 1899, a palavra kahki, uma derivação da palavra urdu khak, que significa “empoeirado”, começou a aparecer nos discionários britânicos.
Já a primeira unidade militar camuflada foi criada na França em 1915, com o auxílio de artistas cubistas e que criou a técnica que ficou conhecida como camuflagem dazzle. A ideia não era a de tornarem invisíveis os equipamentos, tanques de guerra, navios e uniformes, mas sim, de confundir o inimigo. Deu certo até o final da Primeira Guerra Mundial.
Na Segunda Guerra Mundial, com os aviões de guerra e um campo de lutas maior do que o do conflito anterior, exigiram a evolução das técnicas de camuflagem. Foi então que surgiu o padrão de camuflagem Woodland com manchas em tons de verde e marrom, que você deve reconhecer nos filmes de guerra. Eles foram utilizados por exércitos do mundo todo até o final do século XX e eram eficientes, pois era muito difícil identificar os soldados da paisagem.
Desde então a tecnologia tem trabalhado em busca de novos tipos de camuflagem. Na década de 1970 as forças armadas norte-americanas adotaram um padrão conhecido como “textura dupla”, que é uma das técnicas de camuflagem que deram origem à camuflagem digital utilizada nos dias de hoje.
Criado para substituir o padrão Woodland, o padrão de camuflagem MultiCam (Multiple Camouflage) hoje é utilizado em unidades de testes do US Army, pela Força Aérea de Resgate americano (USAF PJ) e pela Força área de Combate (CCT).
Hoje as técnicas de camuflagem não estão restritas ao mundo militar e suas vantagem são reconhecidas e largamente utilizadas por empresas de segurança, usuários domésticos que participam de atividads como Airsoft e Paintball, mas também no mundo da moda!
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As vestimentas militares sempre influenciando a moda masculina ao longo da história. Bom texto, pode abordar mais sobre esses padrões de camuflagem na moda contemporânea.
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Ao longo do tempo tem se assistido à evolução do vestuário de camuflagem com origem nos campos de batalha.
Este vestuário influenciou a moda masculino até aos dias de hoje.