A jaqueta Harrington é uma das jaquetas mais icônicas já projetadas. Um clássico do vestuário masculino, a popularidade da jaqueta não diminuiu desde que foi criada em 1937, por John Miller em Manchester.
Originalmente chamada de G9, a jaqueta foi desenvolvida para ser usadas por jogadores de golfe. No início dos anos 50, ela foi exportada para os EUA onde parou nas costas de celebridades golfistas como Bing Crosby, Bob Hope e Ronald Reagan. Os jovens da Ivy League, conhecidos por serem os primeiros a incorporarem peças esportivas ao guarda roupa casual, trouxeram a jaqueta para dia-a-dia universitário.
Algumas peças de roupa ganham outros significados após aparecer na pele de algum ator. James Dean, ícone de uma geração que questionava padrões vigentes em sua época, imortalizou o estilo em seu papel em Juventude Transviada. Elvis Presley trajou a jaqueta da marca Baracuta com muita atitude no filme King Creole, de 1958. Depois, quase todas as marcas de roupas nos EUA copiaram o design.
Mas a verdadeira explosão de popularidade veio quando Steve McQueen a usou na capa da Life Magazine em 1963. O rei do cool era um ícone modernista tão grande, que transformava qualquer roupa em moda.
Além disso, durante os anos 60, o estilo casual da Ivy League foi adotado por músicos de jazz como Miles Davis, Chet Baker e Milt Jackso. Talvez fosse uma forma de se distanciar da imagem carnavalescas da geração anterior.
A aparição de McQueen vestindo a Harrington foi parte de uma onda que inundou o Reino Unido com o visual clássico americanos. Ironicamente, a jaqueta era britânica, mas a subcultura jovem fã de jazz, conhecida como Mods, pegou o estilo que tinham os caras do jazz no início dos anos 60.
O estilo outrora convencional tornou-se o epítome do cool em ambos os lados do Atlântico. No mesmo período, além de ser casualmente usada por mods, começou a ser frequentemente usadas por skinheads – derivados da cultura mod e com fortes influências da cultura, música e estilo dos jovens negros jamaicanos. A Harrington fazia parte de um estilo subversivo, conservador se comparado a todas as modas hippies que existiam na época.
Na época, o ator Ryan O’Neal estrelou o famoso programa de TV Peyton Place no papel de Rodney Harrington, vestindo uma jaqueta G9. John Simon, o homem responsável por popularizar a jaqueta no Reino Unido com suas lojas dedicadas ao estilo Ivy, colocou na vitrine um anúncio dizendo: “The Rodney Harrington Jacket”. Foi assim que o nome pegou!
Com corte esportivo, a peça é versátil, e ainda hoje é fácil avistar essa jaqueta por aí, em filmes, membros de bandas etc. Pode servir como quebra vento, além de ser impermeável. Em dias de chuva, previne que a água caia na calça através de um corte especial na parte de trás do casaco. É, absolutamente, um clássico.
Esse vídeo da Baracuta resume toda essa história de uma forma do caralho. A marca existe desde 1937 e a jaqueta Harrington, que ela provavelmente inventou, é praticamente universal. No Reino Unido ela está enraizada em muitas subculturas.
O preço da marca sempre foi extraordinariamente alto, então o modelo Baracuta G9 era pouco usado pelos movimentos jovens do Reino Unido que aparecem no vídeo. Os jovens de Londres, que se inspiraram no visual dos ricos Americanos, buscavam as opções de outros fabricantes com preços mais convidativos, entre eles a Ben Sherman, Lonsdale, Fred Perry e Merc.
E por aí foi que a jaqueta foi sendo repaginada, passando pela ressurreição do visual mod e skinhead na década de 70, os punks, os scooterboys, os Punks da década de 80 e o brit pop na década de 90. O legal da jaqueta Harrington é isso, você pode usar como quiser. É uma jaqueta tão versátil que consegue complementar perfeitamente diversos estilos.
Também separei algumas fotos práticas que peguei no instagram do @Jeffdepano, uma pessoa que na minha opinião veste muito bem a jaqueta Harrington: