Veronica Lake foi uma atriz americana nascida no Brooklyn em Nova York em 1922 que se tornou famosa e conhecida por seus maravilhosos cabelos loiros longos e a franja que cobria parte do rosto com ar de mistério, estilo de cabelo que ficou conhecido como peek-a-boo. Tinha uma beleza estonteante, sendo considerado um dos rostos mais belos de Hollywood. Seus filmes mais famosos são os de estilo noir como The Outlaws (1942) e The Blue Dahlia (1946).
Sabe o ditado “tamanho não é documento”? Ele com certeza valia para ela, que tinha apenas 1,50 m de altura. A loira reinou nos anos 40 em Hollywood, com seu olhar profundo e sedutor que é sinônimo do termo femme fatale, tanto que os autores de Rogger Rabbit declararam que ela foi a inspiração para o personagem Jessica Rabbit.
Infelizmente, apesar desse sucesso na década de 1940, sua história é trágica. Veronica Lake foi destruída em Hollywood, muito cedo. Ela teve uma infância conturbada, foi diagnosticada com esquizofrenia na adolescência e passou a fazer tratamentos para controlar distúrbios de pânico e agressividade, viveu casamentos complicados, perdeu um filho, além de ter problemas com bebida (provavelmente em uma tentativa de se automedicar).
Ironicamente, o cabelo que deu a tanta força, foi um dos motivos para o seu fracasso. O famoso penteado peek-a-boo sofreu uma intervenção do governo americano na tentativa de incentivar as mulheres a adotar penteados mais práticos e seguros durante a Segunda Guerra, evitando acidentes envolvendo enroscamento de cabelo e escalpelamento.
Em um ato de patriotismo, ela topou cortar e participar de algumas campanhas. A medida, no entanto, foi prejudicial em sua carreira, pois diminuiu os papéis que recebia e o engajamento com o público. A gota d’água foi seu papel em The Hour Before the Dawn, em 1944, quando foi duramente criticada por seu sotaque alemão não convincente.
Passou a beber de maneira frequente, além de sofrer um aborto espontâneo e se divorciar. As oscilações emocionais passaram a ser ainda mais intensas em decorrência da esquizofrenia. Após fazer mais alguns filmes na Paramount, não conseguiu acertar uma renovação em seu contrato e tudo desandou na carreira.
Em um período de dez anos, casou e divorciou mais uma vez e foi presa diversas vezes por conduta desordeira. Em 1961, uma repórter do New York Post a reconheceu trabalhando como garçonete em um hotel. Quando o ex-amante Marlon Brando soube, entregou um cheque considerável. Muito orgulhosa, a atriz preferiu emoldurar o presente como uma memória de dias passados.
Seus fãs também quiseram ajudar. Ao saber de sua situação, mandavam cartas e ajudas financeiras, mas ela apenas as respondia agradecendo o carinho e devolvendo a quantia. A sua história de vida foi relatada por Donald Bain em uma biografia lançada em 1969, que acompanhou a rotina anônima da famosa diva.